O Corpo de Bombeiros confirmou na manhã desta sexta-feira (08) a localização do corpo de Kimberly Valentina, menina de 2 anos que estava desaparecida em General Carneiro, no Sul do Paraná. A criança foi encontrada a cerca de 2,5 quilômetros de sua casa, às margens do Rio Jangada, após ser arrastada por uma forte enxurrada que atingiu a cidade entre quarta e quinta-feira. O corpo foi avistado por um morador local, que imediatamente acionou os militares. O local permanece isolado para os procedimentos da Polícia Científica.
A tragédia aconteceu durante a madrugada, quando as fortes chuvas causaram a inundação da residência da família de Kimberly. Em entrevista, o pai da criança, Valter Camargo, revelou que a enxurrada invadiu a casa enquanto todos dormiam, arrastando a cama em que as meninas estavam. Valter e as outras duas filhas tentaram se proteger, mas Kimberly foi arrastada pela correnteza. As meninas mais velhas conseguiram se abrigar em segurança, mas a pequena não teve a mesma sorte.
A operação de busca contou com a participação de mais de 40 bombeiros, incluindo a equipe especializada do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST). A capitã Carla Adriano Prado Spak, subcomandante do 10º SGBI, explicou que as buscas começaram logo após o desaparecimento e enfrentaram dificuldades devido aos entulhos e à estreiteza do rio. A confirmação do corpo de Kimberly foi feita na manhã desta sexta-feira, após uma nova rodada de buscas iniciada na área onde a enxurrada se originou.
Durante toda a operação, a equipe de resgate manteve contato constante com os pais de Kimberly, oferecendo apoio emocional e psicológico. “Após encontrar o corpo, seguimos com o apoio às famílias. Era fundamental estarmos presentes nesse momento tão difícil”, comentou a capitã, destacando a importância do amparo psicológico para os parentes das vítimas.
General Carneiro foi severamente atingida pelas chuvas, que causaram a queda de energia em algumas áreas e comprometeram o abastecimento de água. A cidade registrou mais de 160 milímetros de chuva em menos de 24 horas, valor superior à média histórica de novembro. Atualmente, cerca de 120 pessoas estão desabrigadas e recebem apoio da Defesa Civil e da prefeitura local. Itens de ajuda humanitária foram encaminhados para a cidade pelo Governo do Estado, buscando amenizar os efeitos da tragédia.
Além das chuvas, a cidade enfrentou danos significativos nas infraestruturas. Diversas ruas foram danificadas, com o asfalto sendo destruído em vários pontos e muros desmoronando em consequência da força das águas. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR) informou que a PR-170 também foi afetada por escorregamentos de terra, mas que os trabalhos de limpeza e remoção da barreira foram concluídos com sucesso no final da tarde, liberando a pista.
O impacto das chuvas também afetou a captação de água na cidade. Devido à queda de energia, a estação da Sanepar foi desativada temporariamente, mas já foi religada pela Copel. Para garantir o abastecimento de água, especialmente nas áreas mais altas de General Carneiro, um caminhão-pipa foi enviado pela Sanepar, enquanto as equipes continuam a trabalhar para restaurar o sistema de distribuição de água.